quarta-feira, 9 de maio de 2012

Capitalismo e bisca

Esse último fim de semana fui fazer o que faço todos os finais de semana: tentar dominar o mun... err... encher a cara. E no meio desse processo tive a chance de jogar bisca, coisa que não fazia há um bom tempo.
Então, por algum motivo, adivinhe com o que meu querido cérebro resolveu comparar o jogo de bisca? Com o capitalismo, é claro. É o título do texto. Derp. Essa comparação foi na segunda de manhã, não na hora do jogo, quando eu estava bêbado e concentrado em ganhar (o que não ajudou muito, o fracasso foi imenso).
O que mais me deixa puto (ui) a respeito do capitalismo é que as pessoas não são recompensadas de acordo com o que elas contribuem pra sociedade. Um professor, por exemplo, que contribui muito pra sociedade ganha menos do que uma pessoa que tem 2 milhões na poupança e fica em casa assistindo TV.
Voltando à comparação, o que é preciso pra ser bem recompensado (e com isso quero dizer ganhar dinheiro, obviamente) pelo sistema capitalista?
  • Mérito. Sim, eu não sou fanático a ponto de dizer que mérito não conta nada. Como no jogo de bisca é preciso aprender a jogar e fazer um esforço (como lembrar as cartas que já passaram).
  • Sorte. É o que mais conta no jogo de bisca. E no capitalismo... também. Ter uma boa ideia, encontrar um bom sócio ou funcionários, ganhar na mega-sena, escolher a profissão certa e, principalmente, ter pais ricos (não só por herdar o patrimônio, ma por ter acesso a uma educação melhor). Essas coisas também dependem da habilidade da pessoa, mas se o acaso não apresentar boas “cartas”, não há muito que se possa fazer.
  • Trapacear dentro das regras. Se tá de acordo com as regras não é trapaça, eu sei. Não sei explicar também, então vou dar um exemplo. Empresas como Google e Apple que não tem foco em produzir coisas físicas, mas sim deter patentes e marcas, transferem suas filiais para locais onde a cobrança de impostos é menor. Não é uma coisa bonita de se fazer, mas vale. É como fazer sinais no jogo de bisca. Tem que ser esperto, mas pelas regras é válido.
  • Trapacear fora das regras. Nem precisa explicar né? Pra quem é menos familiarizado com o jogo de bisca, geralmente as pessoas trocam cartas entre si (quando jogando em duplas) ou trocam suas cartas por outras que já passaram.
Moral da história: o capitalismo é bem mais parecido com um jogo do que com um sistema justo. Agora percebi que isso já era bem óbvio. Escrevi tudo isso por nada? Que merda! Vou publicar só porque já escrevi mesmo. Como diria Bart Simpson: “é que fazia tempo que eu não falava nada”.