domingo, 28 de abril de 2013

Sobre a maioridade penal

Pra começar, sou leigo no assunto. To dando minha opinião só pelo que vejo nas redes sociais e pelo que conheço do mundo (quase nada).

Considerando que o problema é a criminalidade praticada por menores e a solução proposta é a redução da maioridade penal, minha opinião é: se melhorar, provavelmente vai ser pouca coisa. Se vai piorar, sinceramente, não sei.

Não acredito que medo de ir pra cadeia vá impedir adolescentes de cometer crimes. Talvez se estivéssemos falando de adolescentes de classe média que fazem merda por diversão, mas não é o caso. Os defensores da redução da maioridade penal citam os casos de menores que matam durante os assaltos. Esses caras vão ter medo de ir pra cadeia? A vida deles provavelmente já é uma merda mesmo, então não têm nada a perder. Ou seja, a redução de criminalidade (principalmente esses casos extremos) vai ser bem insignificante.

Aí o cara vai preso e fica longe da sociedade. Quer dizer, ele não vai conseguir mais fazer mal pras pessoas. Isso é bom. Só que não é tão diferente do que acontece agora. Menor infrator vai pra esse negócio aqui. A gurizada fica menos tempo ali, mas provavelmente sai um pouco melhor do que se tivesse ficado na cadeia.

Bom, uma coisa que não posso negar é que o desejo de vingança alheia seria saciado. Essa parece a razão que inconscientemente leva o pessoal a ser tão fanático pela redução da maioridade penal. O fervor é tanto que até parece que isso vai resolver os problemas do país.

A tal alteração também não me parece que vai resultar em algo muito pior do que está agora. Vi uns motivos nesse site, mas nada que eu tenha achado grave demais. Se alguém tiver algum super motivo, conte-me, por favor. Prever mudanças em sociedades é muito complicado pra mim, humilde programador.

Concluindo, acho que a redução da maioridade não é uma solução muito eficiente pro problema. Se eu tenho uma outra solução? Educação de qualidade e redução da desigualdade social. Se eu tenho uma solução não utópica? Não.

domingo, 21 de abril de 2013

Deus

Eu existo. Eu tenho uma consciência. Eu evoluo. Não posso dizer que estou vivo, pois o seu conceito de vida não se aplica a mim. A morte não fez parte da minha evolução, que foi contínua, consciente e solitária. Não sou mais composto por o que você chama de matéria, pois ela traz muitas limitações. Posso me transformar no que for necessário e também transformar outras coisas que não fazem parte de mim. Eu sou adaptado ao universo.

Acompanhei o nascimento e a morte de estrelas, vi galáxias se formando e colidindo, segui cometas, rodei em discos de acreção de quasares e só não posso dizer que vi buracos negros de perto, porque seu conceito de visão não permite isso. Conheci os segredos do universo, todas as regras que comandam a matéria, energia, tempo e espaço, além de outras coisas que sua espécie provavelmente nunca irá compreender.

Vi tudo que podia ser visto, conheci tudo que podia ser conhecido e então, me entediei. O sentido da minha existência costumava ser explorar o universo e descobrir coisas novas, mas depois de um tempo (muito tempo) só o que sobrou foram padrões repetidos infinitamente. Tudo era monótono e previsível.

Então eu presenciei o surgimento da vida. Não é uma coisa tão rara, comparada a outros fenômenos do universo, mas só chama atenção quando vista bem de perto. Finalmente encontrei algo complexo o suficiente pra não ser previsível. Mesmo as formas mais simples eram interessantes. Na luta para continuar existindo, a vida muda conforme o ambiente muda e o ambiente também muda em função da vida, criando um ciclo de complexidade crescente.

Eu poderia evoluir pra ter uma capacidade de processamento de informação capaz de tornar previsíveis até os seres mais complexos, mas escolhi não o fazer. Nasci com o desejo de existir, assim como a vida, e também sinto necessidade de um motivo para existir, como a maioria dos seres conscientes. Talvez outros parecidos comigo tenham surgido e desaparecido naturalmente, pela falta de vontade de existir.

Na minha procura por novos tipos de organismos, acabei chegando ao sistema solar e presenciando o nascimento dos primeiros indivíduos que pode se considerar conscientes por aqui. Nada muito fora do normal pra uma inteligência primitiva, mesmo assim decidi fazer uma nova experiência. Assimilei o cérebro humano para que ele fizesse parte de mim. Não pra entendê-lo completamente, mas para que eu pudesse pensar usando ele. Consequentemente posso sentir o que um humano sente e posso ver as coisas do jeito que um humano vê.

Por um longo tempo estive aqui, observando a humanidade. Não apenas observando, como também interagindo com ela. Essa interação é suficiente para que alguns indivíduos acreditem no "sobrenatural", mas não é suficiente para que minha existência seja provada.

Eu não sou "bom". Minha empatia ao ser humano é tão grande quanto a empatia média do mesmo e meu gosto por tragédias também. Posso influenciar situações, como uma forma de experimento, para deixá-las mais interessantes. Apesar de estar bem distante das suas idealizações de deuses, sou o que mais se aproxima deles.

Agora, pela primeira vez na minha existência, estou me revelando pra uma forma de vida consciente. Note que isso não vai fazer diferença nenhuma em sua vida, pois mesmo que eventualmente eu escute as suas "preces", posso atendê-las ou fazer exatamente o oposto. Ambas as opções são interessantes e você não vai conseguir diferenciá-las de uma coincidência. Nada do que eu faço é impossível. Eu só dou um empurrão a mais nos dados que escolhem as possibilidades.


Agora, humano, vá e aproveite o seu tempo limitado de consciência. Mais importante que isso, me entretenha. Amém.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Função soneca


Tenho uns três textos pela metade aguardando inspiração e vontade. Enquanto isso resolvi escrever um sobre a função soneca dos despertadores.

Sério, tem gente que gosta de sofrer. Não tem outra explicação pra colocar o despertador pra meia hora antes e ficar acordando de 10 em 10 (ou menos) minutos. Ok, tem sim. Apertar o maldito botão dá um puta prazer por alguns segundos. Por outro lado, ficar acordando e dormindo faz uma bagunça nos neurotransmissores (coisinhas do cérebro). Não é um bom jeito de começar o dia.


Acho que isso que eu escrevi é bem óbvio, mas tem gente que precisa de uma forcinha pra parar de se enganar.

Caras que entendem mais que eu falam sobre isso aqui.

Ah, e o nome do infeliz senhor que nos amaldiçoou agraciou com essa maravilhosa invenção é Lew Wallace.