quarta-feira, 29 de maio de 2013

Pseudo-rituais-regras-obrigações sociais

Tem umas coisas na sociedade que eu acho bem nada a ver. Não que eu seja um grande entendedor de coisas sociais. O contrário é mais provável.

Vocês criaram Nós criamos uns pseudo-rituais-regras-obrigações a respeito do que um cidadão deve fazer pra ser normal. Coisas como: dar presentes em datas especiais pras pessoas próximas ou homenageadas (dia das mães, natal, páscoa, dia dos namorados, etc.), mandar "beijos" ou "abraços" (o ouro é quando uma pessoa está do lado da outra ao falar isso, mas não pratica o ato), dar parabéns no dia do aniversário, dizer oi e tchau, perguntar se está tudo bem, cumprimentar, tomar banho, etc.

Até o Facebook já tem os seus pseudo-rituais-regras-obrigações, como dar parabéns no aniversário (é diferente do outro parabéns, porque sim) e as moças puxarem o saco nas fotos das amigas ("ainnnnn miga ta liiiinda!!!1").

Se fazemos essas coisas está ok, senão está ruim. Quer dizer: se eu não der um presente pra minha mãe no dia das mães (e nem dei mesmo. Deal with it) eu estou errado. Fazer isso deixou de ser um bônus pra se tornar uma obrigação. Que bom pra elas, que ganham mais presentes, mas acho que o valor simbólico já não é o mesmo. Isso também vale pro resto. Virou rotina, ritual ou formalidade. Desse jeito tem o mesmo valor?

Além disso, eu diria que é pouco eficiente.

A meu respeito, sem problemas, já criei minha bolha de realidade alternativa.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Sobre o bolsa família

Hoje vi a seguinte notícia: Estudo mostra que Bolsa Família não leva beneficiário à acomodação. Nem li. Compartilhei na hora só pra ver o pessoal correndo pra justificar a sua certeza de que o bolsa família é uma porcaria. E funcionou perfeitamente. Ah, a discórdia.

Um dos comentários me deixou curioso sobre o valor do benefício. O cara falou que tem gente recusando emprego, porque "ganha isso só pra ficar o dia inteiro deitado com o bolsa família". O valor do benefício varia conforme a quantidade e idade dos filhos, mas em média dá 1 real pra cada pessoa da família por dia. Isso pra famílias que têm renda mensal de até R$ 70,00 por pessoa, senão é menos. 13 milhões de famílias recebem o tal.

Cara, quase dá pra ter uma alimentação saudável com esse dinheiro. Daria pra pagar dois cappuccinos na máquina de café que tem no meu trabalho. O dia inteiro eu lá, ralando, sentado na minha sala com ar condicionado. E os vagabundos lá, no nordeste, numa rede,  numa boa, desfrutando do seu 1 real diário pra tomar uma água de coco. Incrível um país permitir essa pouca vergonha com o dinheiro sofrido do contribuinte. Eu quero meus cappuccinos, porra (têm mais contribuintes do que beneficiários e pela quantidade de imposto que eu pago, acho que não passaria de uma gota, mas ignoremos isso, sim?). Mas não! Tenho que tomar o café comum, que é grátis. É revoltante demais.

Quer discutir se assistencialismo é bom ou ruim? Ok. Existem argumentos favoráveis aos dois lados. Sério. Foda achar um assunto polêmico que não tenha pelo menos um argumento válido defendendo uma ideia.

Fatos são outra coisa complicada. Nesse caso, por exemplo, o estudo foi feito pelo Ipea, que é um órgão do governo. Tendenciosa? Seria muita ingenuidade não imaginar isso. Sempre que um estudo é encomendado por alguém que tem uma opinião sobre o assunto, o resultado é duvidoso (a não ser quando eu tenho a mesma opinião).

O que eu quero dizer é que vocês estão sendo extremistas cheios de ódio no coração. E isso nem é uma reclamação. Mal posso esperar pela próxima notícia contrariadora de opiniões.

E é capaz de ter gente me xingando por eu ser a favor do assistencialismo mesmo sem eu ter dito isso em lugar nenhum. Discorda de algo? Diga o que e porquê.