terça-feira, 23 de outubro de 2012

Vontade x preguiça (desejo x custo)

Talvez um título melhor fosse "vontade x vontade", já que to pensando em comparar a vontade ter/comer/fazer algo com a vontade pra fazer o que for preciso pra isso acontecer. Talvez alguma outra palavra fosse melhor do que vontade, mas to com preguiça de pensar, então deal with it.

Um exemplo: comprei um saco de pipoca pra microondas com algum sabor diferente (bacon, cheddar, sei lá) há uns meses. Muito bom, mas fedeu a casa toda (o que é bem fácil, considerando o tamanho dela). Era inverno e tive que abrir as janelas pra sair o cheiro. Além de passar frio, não podia caminhar pelado pela casa (até podia, mas fiquei tímido).

O que aprendemos nessa história, crianças? Que não é mais pra comprar pipoca que não seja sabor natural, porque dá muito trabalho, além de ter que aguentar o cheiro por dias. O sabor é melhor, mas o custo disso é muito alto ("custo", essa era a palavra pro título. Ok, tarde demais).

Então, acabei de pensar melhor e cheguei na conclusão que era pra ser "desejo x custo". Fica bem mais genérico e claro desse jeito. E não vou reescrever o texto porque... porque eu posso.

Quanto mais desejo, mais custo cada um vai tolerar, mas isso não quer dizer que o mesmo desejo implica na mesma tolerância pra pessoas diferentes. Eu, por exemplo, sou bem preguiçoso, então se algo dá muito trabalho (não prazeroso), desisto logo. Isso também me ajuda a não ser estressado, porque me exige menos e não me deixa preocupado.

Onde eu queria chegar: tem muita gente dizendo que "não desiste nunca". Que tal não desistir só enquanto vale a pena? Sei lá, não sou um grande entendedor da vida, mas parece bem mais sensato.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Capitalism rage 2.0


Tava aqui pensando sobre o capitalismo. Uma situação assim: o patrão compra umas máquinas novas que  substituem várias pessoas. Que bom pra ele, menos salários pra pagar, menos pessoas pra se preocupar. Os pobres coitados que perdem o emprego... Bom, que coisa desagradável, mas boa sorte pra eles nessa nova fase da vida.

Dá pra analisar isso de um jeito diferente. Digamos que temos uma população de pessoas P. Vamos considerar que todas essas pessoas vivem bem, e pra isso precisam consumir uma quantidade de bens por mês B. Além disso, elas são autossuficientes (não usam nenhum bem produzido em outro lugar) e todas têm emprego. Pra produzir a quantidade de bens B elas têm que trabalhar uma quantidade de horas T. Se elas trabalham 160 horas por mês, então T/P=160.

Então alguém inventa uma máquina, ou processo, ou seja o que for, que permite fabricar os mesmos bens com menos trabalho humano. Temos menos trabalho, os mesmos bens e as mesmas pessoas. Isso é bom, não? Digamos que agora T/P=140. Dividimos o trabalho, todos continuam com a mesma vida boa, mas trabalham 20 horas a menos por mês.

Só que não. No capitalismo o que acontece é que pessoas vão perder seus empregos e vão ter que produzir outras coisas em outro lugar se quiserem ter o que comer. Isso quer dizer que T vai permanecer igual (se todas conseguirem emprego) e B vai aumentar.

Tô viajando aqui? Porque me parece que todo dia se encontram jeitos de aumentar a produtividade, mas ninguém trabalha menos por causa disso. E no geral, as pessoas estão melhorando de vida? Talvez. Na mesma proporção? Nope.

Resumindo: sempre temos mais bens e serviços por aí. E é melhor consumir tudo, hein? Senão dá crise!