sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Capitalism rage 2.0


Tava aqui pensando sobre o capitalismo. Uma situação assim: o patrão compra umas máquinas novas que  substituem várias pessoas. Que bom pra ele, menos salários pra pagar, menos pessoas pra se preocupar. Os pobres coitados que perdem o emprego... Bom, que coisa desagradável, mas boa sorte pra eles nessa nova fase da vida.

Dá pra analisar isso de um jeito diferente. Digamos que temos uma população de pessoas P. Vamos considerar que todas essas pessoas vivem bem, e pra isso precisam consumir uma quantidade de bens por mês B. Além disso, elas são autossuficientes (não usam nenhum bem produzido em outro lugar) e todas têm emprego. Pra produzir a quantidade de bens B elas têm que trabalhar uma quantidade de horas T. Se elas trabalham 160 horas por mês, então T/P=160.

Então alguém inventa uma máquina, ou processo, ou seja o que for, que permite fabricar os mesmos bens com menos trabalho humano. Temos menos trabalho, os mesmos bens e as mesmas pessoas. Isso é bom, não? Digamos que agora T/P=140. Dividimos o trabalho, todos continuam com a mesma vida boa, mas trabalham 20 horas a menos por mês.

Só que não. No capitalismo o que acontece é que pessoas vão perder seus empregos e vão ter que produzir outras coisas em outro lugar se quiserem ter o que comer. Isso quer dizer que T vai permanecer igual (se todas conseguirem emprego) e B vai aumentar.

Tô viajando aqui? Porque me parece que todo dia se encontram jeitos de aumentar a produtividade, mas ninguém trabalha menos por causa disso. E no geral, as pessoas estão melhorando de vida? Talvez. Na mesma proporção? Nope.

Resumindo: sempre temos mais bens e serviços por aí. E é melhor consumir tudo, hein? Senão dá crise!

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