quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Justiça

Escrevi esse texto há uns meses e postei originalmente no Abacate Doce. Melhorei ele um pouco aqui, mas a ideia é a mesma. 

“Bin Laden morto. A justiça foi feita.” Faz uns dias que venho pensando sobre justiça e cheguei a conclusão que ninguém é culpado. “Então tu concorda com estupradores, pedófilos, assassinos, políticos corruptos, etc.?” Não, eu não concordo com qualquer atitude dessas pessoas que prejudique outras, mas também não posso culpar elas.

Como? A ideia é simples: todos fazem o que o cérebro manda. Quem comete esses crimes realmente quer fazer isso, geralmente porque se sente bem, e a maioria sabe que é “errado”. Chega o momento que a pessoa tem que decidir entre desistir de sua satisfação ou tolerar o prejuízo da vítima, e escolhe a segunda opção. O que faz cada pessoa escolher coisas diferentes (além da situação) é a diferença entre seus cérebros. Você não pode ir contra ele porque você É ele. A carga genética que você recebeu e toda a interação com o ambiente desde que foi concebido formaram o seu cérebro do jeito que ele é. Resumindo, ninguém tem culpa do cérebro que tem, e consequentemente das escolhas que ele faz.

Então, se não existe culpa a justiça é inútil? Não. A justiça é uma parte importante do ambiente, criada por nós, e que lembra o cérebro de que prejudicar outras pessoas resulta em punição. Ela é um modo de fazer as pessoas seguirem regras através do medo. Parece bem cruel falando desse jeito, mas é a definição mais curta que consegui pensar.

O ideal seria que o homem não estragasse a vida do próximo simplesmente porque é o melhor pra humanidade. Mas não evoluímos o suficiente pra não precisar da justiça. E nem vamos evoluir.

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